Jejum Intermitente

Como o jejum intermitente pode estar associado à compulsão alimentar.

jejum intermitente
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Como o jejum intermitente pode estar associado à compulsão alimentar

O jejum intermitente, apesar de popular para perda de peso e melhoria metabólica, está associado a riscos de compulsão alimentar devido a mecanismos fisiológicos e psicológicos. Abaixo, explico essa relação com base em evidências científicas e análises especializadas:

1. Aumento do desejo por alimentos calóricos

  • Restrição e compensação: Períodos prolongados sem comer elevam o desejo por alimentos hiperpalatáveis (doces, gordurosos), especialmente em jejuns mais longos. A privação gera uma resposta compensatória, aumentando o risco de episódios de compulsão.

  • Exemplo: Um estudo da USP mostrou que jejuns acima de 12 horas estão diretamente ligados a maior consumo de "comida lixo" após o período de restrição.

4. Risco para grupos vulneráveis

  • Pessoas com histórico de transtornos alimentares: O jejum pode reativar padrões de compulsão ou restrição extrema, especialmente em quem já tem predisposição a ansiedade relacionada à comida.

  • Jovens: Estudos destacam que adolescentes e adultos jovens são mais suscetíveis a desenvolver comportamentos alimentares desordenados com o jejum.

Recomendações para minimizar riscos

  • Acompanhamento profissional: Nutricionistas ou médicos podem ajustar protocolos de jejum às necessidades individuais, evitando restrições extremas.

  • Evitar jejuns prolongados: Optar por janelas de 12 a 14 horas (ex.: jantar às 20h e café da manhã às 8h) reduz a pressão por compensação.

  • Priorizar nutrição equilibrada: Incluir fibras, proteínas e gorduras saudáveis nas refeições ajuda a manter a saciedade e reduz picos de fome.

⚠️ Atenção: O jejum intermitente não é recomendado para quem já apresenta sinais de compulsão alimentar, ansiedade relacionada à comida ou transtornos como bulimia. Nesses casos, estratégias como alimentação intuitiva ou terapia cognitivo-comportamental são mais seguras

2. Efeito psicológico da proibição

  • Mentalidade de "tudo ou nada": A restrição rígida de horários ou grupos alimentares pode criar uma obsessão por comida, levando a pensamentos recorrentes sobre alimentação e perda de controle durante as janelas de consumo.

  • Culpa pós-compulsão: Episódios de exagero alimentar geram frustração, reforçando um ciclo de restrição → compulsão → arrependimento.

3. Alterações hormonais

  • Cortisol e estresse: Jejuns prolongados elevam o cortisol (hormônio do estresse), que está ligado ao aumento do apetite e à preferência por alimentos calóricos.

  • Insulina e fome: A queda brusca nos níveis de insulina durante o jejum pode desencadear fome intensa e desregulação do controle de saciedade.